AS DOENÇAS QUE MAIS MATAM


AS DOENÇAS QUE MAIS MATAM
NÃO ESQUECER
A OMS avisou:

O funcionamento dos serviços de prevenção e tratamento para doenças não transmissíveis foi marcadamente alterado pela situação criada pela actual pandemia. O impacto é global, mas mais marcado nos países mais pobres.
É uma realidade preocupante porque os que sofrem destas doenças não transmissíveis têm risco mais elevado de doença grave e mesmo morte, relacionado com o COVID-19.
Este novo vírus pode ainda causar, indirectamente, muito mais vítimas já que o controle de doenças infeciosas “clássicas” tais como a tuberculose, HIV, malária, sarampo tem sido posto em causa e os números relacionados com estas perigosas infecções já estão a subir.
Também muitos doentes que precisam de tratamentos para doenças cardiovasculares, respiratórias, diabetes e mesmo cancro não estão a ter acesso fácil aos serviços de saúde de que necessitam.

Capacidade dos serviços
Tem havido efectivamente ruptura parcial ou mesmo total em serviços de saúde de muito países. Em mais de metade dos países avaliados há ruptura no tratamento da hipertensão, diabetes, doenças cardiovasculares e cancro.
O mesmo está a acontecer com a reabilitação, apesar de ser da maior importância na recuperação de casos de doença grave por COVID-19.
Estão, no entanto, a ser utilizadas estratégias alternativas para que os doentes de maior risco, que sofrem de doenças crónicas não transmissíveis, continuem a receber os tratamentos e cuidados de que necessitam.
A telemedicina consistindo em consulta telefónica ou pelo computador (on-line) está a ser implementada e utilizada largamente com bons resultados.
Estas doenças matam cerca de 41 milhões por ano, equivalente a cerca de 71%de todas as mortes a nível mundial.
Se sofre de uma doença prolongada subjacente continue a seguir o seu plano de tratamento habitual:
  • Não tenha medo de ir ao seu médico.
  • Continue os medicamentos: Não mude nada sem falar com o seu médico.
  • Tenha pelo menos a quantidade necessária para 30 dias: Reduza as idas às Farmácia.
  • Não atrase a procura de cuidados de emergência: Os serviços de Urgência têm planos de contingência para prevenção de infecção.
  • Contacte o seu médico se estiver preocupado: Quaisquer dúvidas sobre a situação das doenças de base ou outras que possam surgir devem ser sempre monitorizadas.


As doenças mais mortíferas e mais negligenciadas:

1 – Doenças cardiovasculares
O número de pessoas que morrem em todo o mundo, de doenças cardiovasculares, continua a aumentar. Embora os factores genéticos sejam relevantes para o desenvolvimento destas doenças, a escolha do estilo de vida tem, ao longo do tempo, efeitos cumulativos devastadores.
Tem sido dito que a melhor maneira de perceber as doenças cardiovasculares (DCV) é imaginar uma cebola. A camada mais exterior representa as consequências mais evidentes, tais como enfarte agudo do miocárdio (EAM) e acidente vascular cerebral agudo (AVC). Retirando essa camada encontramos a doença coronária, a doença vascular cerebral, e outras doenças que levam ao seu agravamento e ao EAM e AVC. Retirando mais uma camada encontramos patologias que contribuem para o aparecimento e agravamento das DCV, tais como a obesidade, diabetes, artérias obstruídas e hipertensão arterial. Nas camadas mais profundas chegamos à raiz das causas de DCV, a escolha de estilos de vida que contribuem para o seu aparecimento, incluindo as que resultam da predisposição genética.
A prevenção e gestão das DCV exige que se tenha consciência do problema, que se melhore o estilo de vida e haja acesso a cuidados de saúde.
A doença mais mortal, mundialmente, é ainda a doença arterial coronária (DAC) embora a mortalidade tenha declinado em muitos países Europeus. Também chamada cardiopatia isquémica, ocorre quando os vasos sanguíneos que fornecem o sangue ao coração ficam mais apertados deixando passar menos sangue.

2 – Acidente vascular cerebral
De facto, o AVC é a causa principal da instalação de deficiências/incapacidades graves e muitas vezes definitivas. Quando o tratamento é iniciado num período de 3 horas após o surgimento das queixas é menos provável o aparecimento de incapacidades.
A prevenção do AVC implica o controle da hipertensão arterial, a manutenção de um estilo de vida saudável e uma dieta adequada e pobre em sódio.
Fumar deve ser evitado e só se deve beber com moderação.

3 – Doença Pulmonar Crónica Obstrutiva
A DPCO é uma doença arrastada, progressiva, que torna difícil respirar.
A bronquite crónica e o enfisema são formas desta doença. A DPCO é principalmente causada pela exposição prolongada ao fumo do tabaco e à poluição por poeiras. As lesões causadas aos pulmões são irreversíveis, não há cura possível, mas a medicação correcta pode atrasar a progressão da doença. A resultante diminuição do aporte de oxigénio a todo o corpo tem efeitos devastadores na saúde de forma global, mas também na mobilidade, com impacto em todos os aspectos da vida incluindo o trabalho, a família e o relacionamento social.
A melhor maneira de prevenir a DPCO é não fumar, evitar o fumo do tabaco “em segunda mão” e os ambientes com outros produtos irritantes para os pulmões.

4 – Infecções respiratórias baixas

Uma infecção respiratória baixa é uma infecção das vias aéreas e pulmões, a maioria das vezes viral, mas que também pode ser causada por bactérias.
A tosse é o principal sintoma, os doentes podem sentir também falta de ar, pieira e sensação de aperto no peito. Quando não tratadas, estas infecções podem levar a falência respiratória e morte.
A pneumonia é ainda responsável em todo o mundo por um muito grande número de mortes em adultos e crianças.

5 – Diabetes mellitus
A diabetes é uma doença que altera a produção e o uso da insulina no corpo humano. Pelo seu componente genético nem sempre se pode prevenir completamente o seu aparecimento, mas pode sempre controlar-se a sua gravidade, tendo cuidado com alguns factores muito importantes tais como uma má dieta, falta de exercício e excesso de peso.

CUIDE-SE!
Quando as pessoas pensam nas doenças que mais matam pelo mundo fora é fácil visualizar de imediato as que aparecem na altura, em todas as notícias, com grande alarido. Estas doenças de aparecimento rápido e que se espalham por todo o mundo podem causar muitas mortes, mas não estão no topo das causas de maior número de mortes, globalmente.
Pode parecer surpreendente que muitas das doenças que mais matam se possam, em parte, prevenir, mas é um facto.
Há muito que cada um pode fazerem relação às doenças, incluindo a pandemia, para diminuir o risco individual e de todos nós!

Mas não se esqueça que há muitas outras doenças ameaçadoras para além da pandemia.


Com votos de boa saúde,
Dr.ª Maria Alice

Especialista de Medicina Geral e Familiar

Administradora / Directora Clínica Luzdoc Serviço Médico Internacional / Medilagos
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